Temos visto uma série de iniciativas rotuladas de Responsabilidade Social Empresarial. Muitas delas, na verdade, são projetos de assistencialismo de "empresas cidadãs", o que, indiscutivelmente, é altamente louvável. Entretanto, perguntamos: até que ponto essas empresas praticam de fato, em sua "própria casa", o que poderíamos chamar de "Responsabilidade Social Básica" (que abrange ações prioritárias que visam melhorar, de forma contínua, as condições de trabalho de seus colaboradores e a proteção do meio ambiente)? Nesse contexto, o QSP, desde a sua criação há mais de 10 anos, tem procurado de inúmeras maneiras fomentar a plena prática, nas empresas, dessa "Responsabilidade Social Básica", suportada por modelos adotados internacionalmente e representados pela norma ISO 14001 (Gestão Ambiental), pelo padrão OHSAS 18001 (Segurança e Saúde no Trabalho) e pela SA 8000 (Condições de Trabalho). Particularmente, a SA 8000 abrange parte importante das questões de Responsabilidade Social das empresas e cobre os seguintes assuntos: trabalho infantil, trabalho forçado, saúde e segurança (de forma menos detalhada, porém, que a OHSAS 18001), liberdade de associação e direito de negociação coletiva, discriminação, práticas disciplinares, carga e horário de trabalho e remuneração. Para nós, a integração sistêmica e eficaz dessas ações fundamentais, apoiada nos citados modelos internacionais (que têm a vantagem adicional de serem auditáveis), representa a essência do que denominamos acima de "Responsabilidade Social Básica". E repetimos: as ações complementares de assistencialismo pela iniciativa privada (muitas delas, diga-se, são atividades inerentes a funções do Estado - como a Educação, por exemplo) serão sempre bem-vindas, apesar de ser esse um tema que, normalmente, dá margem a muitas e longas discussões...
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