O clichê bastante utilizado o cliente é quem manda é uma realidade
dos dias de hoje como também o era há dez anos. Se você não conhecer nem
compreender seus clientes, sua empresa sofrerá as conseqüências.
Se sua empresa já está no mercado há algum tempo, você já terá muito
conhecimento sobre seus clientes. Mas grande parte desse conhecimento não foi
colocada no papel, nem em nenhum outro meio, além das mentes do pessoal de
vendas, dos provedores de serviços e do pessoal de marketing. No cenário de
comércio atual, isso não é suficiente. É preciso que se tenha uma base de
conhecimento dos clientes com a maior quantidade possível desse saber. Tal base
de conhecimento pode estar na forma de anotações, procedimentos, resumos,
bases de dados eletrônicas ou estar difundido em tendências de mercado.
Você já percebeu que este guia dá muita ênfase ao cliente. A ISO 9001
também faz isso. Além disso, uma empresa do ramo de serviços tende a estar
mais próxima de seus clientes que uma empresa de manufatura, pois os provedores
de serviços interagem diretamente com eles e, por essa razão, essa questão é
particularmente relevante.
Há uma interação complexa entre seus clientes e você, seu fornecedor, que
forma um ciclo para qualquer aquisição. Tudo começa com o cliente
necessitando algo: um produto, um serviço ou ambos.
Associadas a essa necessidade do cliente, estão suas preferências
pré-concebidas. Tais necessidades e preferências são os aspectos 'deve ter' e
'também gostaria que tivesse' de seus requisitos. A necessidade é determinada:
se não for possível fornecê-la, seu produto ou serviço não estará na
disputa. As preferências são os extras opcionais que fazem valer a pena
adquirir seu produto ou serviço.
Em suas mentes, os clientes convertem tais necessidades e preferências em
expectativas sobre o que eles conseguirão comprar no mercado por um determinado
valor.
Depois de identificarem suas necessidades e preferências e de estarem
armados com suas expectativas, os clientes irão decidir de quem comprar. Se um
cliente já tiver recebido um serviço bom e confiável de um determinado
fornecedor, talvez ele não considere nenhuma outra opção. Se tiver um
requisito novo, ou se estiver descontente, o cliente procurará uma nova fonte.
Os clientes, após terem feito uma escolha, avaliam sua seleção com base na
sua percepção do resultado da experiência. Tais percepções formarão um
fator importante em aquisições futuras semelhantes. Sendo assim, as
percepções retroalimentam as necessidades, preferências e expectativas.
As organizações de serviços devem compreender esses processos e
utilizá-los ao máximo. Ao fazer isso, você terá uma vantagem competitiva. A ISO 9001, seção 5.2, requer que se tenha o foco no cliente, dizendo que
"A alta direção deve assegurar que os requisitos do cliente sejam
determinados e atendidos com o propósito de aumentar a satisfação do
cliente".
Esse requisito da norma somente poderá ser contemplado se for possível
fornecer alguma prova de que isso tenha sido feito. A melhor maneira de
determinar os requisitos é através da base de conhecimento sugerida na outra
parte deste guia, mas é possível optar por fazê-lo de outra forma. Da mesma
maneira, o método utilizado para traduzir as necessidades e expectativas em
requisitos deve ser documentado como prova de que tenha sido feito. Tal prova
pode ser um documento de marketing ou uma especificação de serviço. Provas de
que a satisfação foi atingida serão abordados em uma próxima edição do
"Últimas Notícias".
Trecho
do manual ISO 9000:2000 - Sistemas de Gestão da Qualidade (Volume 2) -
Guia para a implantação da ISO 9001 em empresas de serviços,
comercializado com exclusividade pelo QSP. Clique aqui
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