Se quiséssemos fazer um exercício de imaginação a respeito das necessidades de informação por parte do executivo máximo de uma empresa, nos encontraríamos, muito provavelmente, com uma pessoa imersa em muitos problemas que requerem tomada de decisão urgente, e com um escritório repleto de informações que provêem de distintas fontes.

Assim mesmo, se tivéssemos a possibilidade de nos converter em um elemento invisível do escritório desse mesmo executivo, seríamos testemunhas das reuniões com seus colaboradores diretos para tratamento dos temas críticos, e perceberíamos como as conclusões a que chegaram são muitas vezes incertas e expostas a altos níveis de vulnerabilidade. A certa altura dos acontecimentos, esse executivo irá perceber que "a empresa está escapando pelas suas mãos", que "as coisas não saem como ele quer", que ele "não sabe a quantas anda a empresa", que "não o entendem". Para esse executivo, o maravilhoso e apaixonante mundo dos negócios se converte em uma sinuosa e árdua tarefa diária de resolução de problemas recorrentes.

Mas nem tudo está perdido. Formando parte das múltiplas propostas de solução brindadas por especialistas em gestão empresarial, nos parece oportuno ressaltar uma ferramenta que tem sido utilizada com sucesso por muitas empresas - o Balanced Scorecard.

O Balanced Scorecard é uma ferramenta que combina uma filosofia de trabalho com uma adequada síntese de informação (uma página somente), para que os membros da alta direção tenham uma visão ampla da empresa através de um conjunto de indicadores-chaves que monitoram o comportamento dos fatores críticos para o sucesso dos negócios. O Balanced Scorecard já é uma ferramenta utilizada por diversas empresas na América Latina. No Brasil, empresas vencedoras do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) - i.e., CITIBANK (em 1994, segmento de Pessoas Físicas) e ALCOA (em 1996, unidade Poços de Caldas) - utilizam o zcomo uma ferramenta de apoio à gestão dos negócios. Essas empresas traduziram o desempenho de diversos aspectos do negócio, em indicadores financeiros e não-financeiros, que facilitam o acompanhamento dos resultados em direção às metas traçadas (vide Figuras 1 e 2, respectivamente). Esse modelo de acompanhamento compõe o Balanced Scorecard, que possibilita uma análise completa do negócio, abrangendo todos os requisitos e expectativas das partes interessadas (stakeholders).