Setembro/2000

COLCHA DE RETALHOS

 

Carlos de Mathias Martins
Presidente do Conselho Curador do QSP

O foco desta seção é abordar elementos delimitados (retalhos) da gestão das organizações que, correlacionados (costurados), cobrem (como uma colcha) seus atos de existência.

"Retalho" do mês: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Ressaltamos na coluna anterior que poucas são as organizações que elaboram e praticam uma previsão para seus negócios. Poucos ainda o fazem de forma completa e abrangente.

Contudo, mesmo constituindo uma peça de ficção, recebe um nome que, pretensamente, sugere algo revolucionário para a organização – Plano Estratégico.

Sim, a palavra estratégico soa como um qualificativo ao plano que o transforma em "ações garantidas para o sucesso" da organização.

Na década de 70, o planejamento estratégico surgiu com muita força tanto na estrutura das organizações (áreas exclusivas), quanto em consultorias especializadas. Tudo fazia crer que leis comportamentais, que relacionavam fatos do mercado, eram bastante precisas na inferência futura. Com base nisto, o planejamento estratégico era condição necessária e suficiente para o sucesso. Mas, à medida que se observava a limitação dos acertos na previsibilidade dos negócios, o planejamento estratégico ia perdendo sua magia.

Acreditamos que, hoje, com o reforço de novas disciplinas/enfoques na coleta de dados pesquisados, e a velocidade e abrangência da informática na sua análise, o grau de acerto de previsão deve ter melhorado.

Essas breves considerações simplesmente recomendam cautela nas expectativas de inferência, sejam de ações estratégicas ou não.

Estratégicas ou não?! Tocamos, talvez, no ponto mais delicado do planejamento da vida das organizações.

Comecemos com o significado corrente da palavra "estratégico" – condição impactante nos destinos dos negócios da organização. Ou seja, aquilo que muda de forma "radical" a vida da organização. Numa comparação com o PERT/COM, seriam as ações do caminho crítico.

Em resumo, são as ações que afetam basilarmente os negócios da organização.

Dentro desse conceito, devemos admitir que existem ações que não são consideradas estratégicas, embora também devam ser contempladas no planejamento. Aquelas consideradas estratégicas são as que requerem maior atenção (e recursos, via de regra) da organização. Com esse enfoque, estaremos dosando os esforços nas ações tendo em vista as conseqüências esperadas.

Afinal, como seria designado esse plano que contempla essas duas categorias de

Simplesmente – Plano do Negócio! ações?