Junho/2000 |
O foco desta seção é abordar elementos delimitados (retalhos) da gestão das organizações que, correlacionados (costurados), cobrem (como uma colcha) seus atos de existência. "Retalho" do mês: QUALIDADE Por obrigação de ofício, o primeiro retalho a ser abordado é o conceito da palavra qualidade. As definições normatizadas (ISO, ABNT etc) tratam-na como substantivo. Isto nos leva a duas conclusões: ela é precedida por artigos (a, uma), logo deve ser especificada; para um mesmo produto ou serviço, pode haver diversas qualidades especificadas (graus, classes). Para os qualiófilos, o que foi dito não deve ser considerado uma novidade. Juran, há 50 anos, já conceituava essas qualidades como níveis de projeto. Com base nisto, podemos afirmar que qualquer organização estará praticando qualidade em seus atos. O encanto (marketing) propiciado pela palavra qualidade se desvanece, restando como valor comparativo, apenas, o grau ou a classe com que é praticada. Além do que, como substantivo, deveria ser prática corrente sua avaliação absoluta. Não o é. Quando vou comprar um liquidificador não levo a especificação da qualidade que desejo. Para uma mesma base de preço, escolho, entre as marcas à disposição, aquela que, relativamente, oferece graus mais elevados da qualidade. O conceito de qualidade percebida relativa é abordado no PIMS ("O Impacto das Estratégias de Mercado no Resultado das Empresas", Robert D. Buzzell & Bradley T. Gale – Pioneira). Julgo, portanto (os qualiófilos que me perdoem), que a palavra qualidade deveria ser banida das organizações, pois, já é um conceito sempre praticado, e sua inclusão, historicamente com o conectivo da, criou uma separação dos atos com qualidade e dos sem qualidade, o que não tem o menor sentido.
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