Quarenta auditores provenientes de 20 países reuniram-se no último mês de março, em Buenos Aires, para dar prosseguimento ao trabalho de elaboração da futura norma única de Auditoria de Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiental, que já está sendo identificada como ISO 19011 e que substituirá as atuais ISO 10011 e ISO 14010, 14011 e 14012. Esses auditores integram o Joint Work Group (JWG) da ISO (grupo de trabalho conjunto do TC 176 e TC 207), que está incumbido de desenvolver a nova norma, que combinará os processos de auditoria da qualidade e auditoria ambiental e definirá as diretrizes para a qualificação de auditores. Espera-se que no próximo encontro do JWG, que ocorrerá em setembro de 1999 na cidade de San Francisco, Estados Unidos, já tenhamos o CD - Committee Draft - da ISO 19011. A principal conclusão da reunião de março foi que não existem diferenças significativas nos processos de auditoria para essas duas áreas. E que não há indicações, como aventado anteriormente, da necessidade de serem criados "textos satélites" ou anexos que forneçam diretrizes específicas onde esses processos de auditoria divergirem. Tais conclusões, aliás, não nos surpreendem. Nos últimos dois anos, temos acompanhado de perto o progressivo interesse das empresas pelos Sistemas Integrados de Gestão - SIGs, como nós do QSP os denominamos. Os SIGs têm contemplado a integração dos processos de Qualidade com os de Gestão Ambiental e/ou com os de Segurança e Saúde no Trabalho, dependendo das características, atividades e necessidades de uma organização, principalmente para atender as crescentes exigências de clientes e de outras partes interessadas e para o cumprimento mais eficaz da legislação. Com a pressão aumentando nas empresas para se fazer mais com menos, várias delas estão vendo a integração dos Sistemas de Gestão como uma excelente oportunidade para reduzir custos com o desenvolvimento e manutenção de sistemas separados, ou com inúmeros programas internos que, na maioria das vezes, se superpõem e acarretam gastos desnecessários. Múltiplos Sistemas de Gestão, onde somente um bastaria, são ineficientes, difíceis de administrar e difíceis de obter o efetivo envolvimento das pessoas É muito mais simples obter a cooperação dos funcionários para um único sistema do que para 3 sistemas separados. Além do mais, a sinergia gerada pelo SIG tem levado as organizações a atingir melhores níveis de desempenho, a um custo global muito menor. Com a progressiva implementação de Sistemas Integrados de Gestão nas empresas, tornou-se necessária a preparação de auditores-líderes que possam planejar, executar e avaliar a eficácia do processo de auditoria do SIG. Em um projeto inédito, o QSP criou um Grupo de Trabalho formado pelas empresas: ALCAN, BRAHMA, INFRAERO, OPP PETROQUÍMICA, PETROBRÁS e 3M DO BRASIL, para estudar em detalhes a questão das auditorias dos sistemas integrados, estabelecer diretrizes gerais sobre qualificação e treinamento de auditores internos de SIGs, e participar de um Curso-Piloto de preparação de auditores-líderes, dada a ausência de outras iniciativas com esse alcance, tanto no Brasil como em outros países. O curso-piloto, realizado no último mês de junho, contou com a presença de 15 auditores-líderes da Alcan, Brahma, Petrobras e 3M do Brasil, que avaliaram o conteúdo, a dinâmica, o material didático e outros aspectos do treinamento, considerado pelos participantes "um marco para a estruturação efetiva dos Sistemas Integrados de Gestão nas empresas". Após essa experiência pioneira, o QSP passou a disponibilizar o curso para outras organizações interessadas. A crescente compatibilidade das ISO 9000 e das ISO 14000, especialmente a partir das revisões que serão concluídas no ano que vem, bem como a recente publicação da primeira norma certificável de âmbito mundial para os Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (a OHSAS 18001), são fatos concretos que tornam os SIGs uma realidade irreversível.