Dezembro/2002 Excelência Empresarial A ISO 9001:2000 E A GERAÇÃO DE RIQUEZA Claude Wahba* Comprometimento da direção A alta direção da empresa do século XXI tem por objetivo primordial, como vimos em artigos anteriores, gerar o máximo Lucro Econômico para poder investir ao máximo em recursos humanos e físicos, inovação, modernização, aquisição de novas competências essenciais e crescimento, garantindo dessa forma poder competir num ambiente cada vez mais agressivo. Detalhando, mais uma vez, os fatores que afetam o Lucro Econômico (vide esquema abaixo), a geração de receitas líquidas é o fator mais importante para a obtenção do Lucro Econômico. Vejamos por que.
Além das não-conformidades e falhas que aumentam as diferenças entre o custo-alvo e o real, ao não vender o planejado, por causa de produtos ou serviços que não atendem às expectativas dos clientes, são percebidos de forma inadequada pelos clientes ou tenham preços que o cliente não pode ou não está disposto a pagar:
Redução do lucro operacional, aumento do capital e das taxas de retorno exigidas, destruição de valor que levou muitas empresas à insolvência. Culpa da taxa de juros estratosférica, impostos altíssimos, no Brasil em parte, e nos casos da Nissei, Xerox, Ericsson, ABB entre tantas outras? Diante dessas situações, chega-se à conclusão que a alta cúpula deve, para atender ao requisito do sistema de gestão da qualidade, se comprometer não somente a:
como também alinhar estrategicamente todo o sistema de gestão da qualidade por toda a organização e desenhar um modelo de gestão que extraia o máximo do mesmo. Primeiro passo: A orientação básica do nível superior para a organização 1. Política da qualidade em função da fixação e comunicação dos objetivos secundários para alcançar o objetivo primordial como mostrado na figura abaixo. Nesse ponto, é importante que a política da qualidade não seja apenas focada no cliente, mas também em fatores que são decisivos para a geração de riqueza e que são amplamente cobertos pelo sistema de gestão da qualidade ISO 9001:2000, com veremos futuramente.
2. Orientação a ser dada para todas as funções diante do posicionamento estratégico escolhido (vide figura abaixo). 3. Conhecimento dos mercados e segmentos que se deve manter e conquistar e das forças competitivas que se devem enfrentar. Desse ponto, para cada mercado e segmento, é preciso que toda a organização enfrente a realidade, entendendo:
partindo dos princípios de Sun Tzu:
Uma vez conhecido o posicionamento estratégico, os mercados, segmentos
e as forças competitivas para superar as expectativas do cliente, toda a
organização deve saber: Quem é? E além disso: Seus padrões de uso, hábitos e valores. A fim de a organização perseguir, não abrindo mão da confiabilidade, proteção do meio ambiente, normas e legislações, o verdadeiro grau de desempenho que ele espera, os atributos que ele mais aprecia e quais atributos podem ser oferecidos a ele para encantá-lo, para que haja um volume de vendas, preços e custos, despesas e capital empregado que se traduzem em Lucro Econômico. Nesse ponto é preciso salientar que, nas empresas que buscam a geração de riqueza, foca-se, de maneira diferenciada, o cliente rentável, ou seja, aquele que paga o preço justo, não exige condições que prejudicam o Lucro Econômico, é fiel e divulgador da marca. 5. Grau de integração na cadeia de valores Outro ponto importante, em função da decisão estratégica de se dedicar a certos direcionadores de valor (vide exemplos abaixo): é mostrar o grau de inserção previsto na cadeia de valor, a fim de orientar a operação sobre o desenvolvimento, qualificação, avaliação de fornecedores em função de competitividade dos mesmos em matéria de qualidade, flexibilidade, cumprimento de prazos, poder de inovação; possibilidade de desenvolvimento conjunto e parceria no que tange à máxima utilização dos ativos fixos (inclusive laboratórios, instrumentos de medição e testes, redução de estoques em todo o sistema e eliminação de atividades redundantes (inspeções e testes, diligenciamentos etc) e que agregam apenas custos (embalagens, movimentações, transportes etc), conforme pode ser observado na figura a seguir:
6. O modelo de gestão A alta direção tem na ISO 9000:2000 um modelo de gestão que, apenas, deveria ressaltar dois pontos fundamentais para a geração contínua de riqueza:
7. Os objetivos e metas da alta cúpula Nesse ponto, muitas empresas se apóiam no "Balanced
Scorecard" que mostra esses objetivos e metas em quatro perspectivas,
o que vai possibilitar a operação totalmente informada e orientada para
fixar seu objetivos, suas metas e suas iniciativas estratégicas (vide
exemplo abaixo). Todo mundo alinhado e pronto para atingir o objetivo
máximo da alta direção: Um ativo humano altamente qualificado, motivado, apaixonado pelo que faz e alinhado estrategicamente, que busca continuamente ser o melhor entre os melhores, focando todos os fatores que afetam o Lucro Econômico.
(*) Claude Wahba é autor do best seller "Geração de Riqueza através de Inteligência Gerencial" e Membro do Conselho Curador do QSP.
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