Fevereiro/2004 Gestão de Riscos
Francesco De Cicco Nos últimos 10 anos, a Gestão de Riscos tem se tornado uma das disciplinas de destaque nas empresas, e cada vez mais tem sido parte integrante obrigatória de qualquer planejamento estratégico organizacional. Pena que o conceito de gerenciamento de riscos seja ainda adotado de forma dispersa por diferentes grupos e para questões bastante distintas. Para muitas pessoas ligadas à área de seguros, a Gestão de Riscos é a ciência que se ocupa basicamente dos chamados riscos seguráveis e da redução dos custos de seguros. Para profissionais da área financeira, o gerenciamento de riscos consiste no uso de técnicas sofisticadas de hedging (proteção de ativos financeiros), no manejo adequado de taxas de juros e, mais recentemente, em boas práticas de governança corporativa, incluindo comitês de auditoria e controles contábeis internos.Para muitos analistas sociais, acadêmicos e políticos, representa o controle de situações que afetam ou podem afetar o meio ambiente, e que são decorrentes do crescente e desordenado avanço tecnológico. Já para administradores hospitalares, por exemplo, pode significar o mesmo que garantia da qualidade dos serviços prestados aos pacientes. E, para os profissionais da área de segurança, traduz-se fundamentalmente na redução de doenças e acidentes do trabalho e de acidentes com danos à propriedade e ao meio ambiente.Sem dúvida alguma, todos esses enfoques da Gestão de Riscos, apesar de corretos, são incompletos e limitados. Na verdade, a existência de todos eles advém sobretudo das crescentes incertezas que cercam o mundo em que vivemos. Resulta, enfim, da necessidade que temos de administrar nossas vidas e nossas empresas de forma mais inteligente frente às incertezas, ameaças e oportunidades. Cada uma dessas faces da Gestão de Riscos, como não poderia deixar de ser, tem seu jargão próprio e utiliza técnicas específicas, qualitativas e quantitativas, muitas delas bastante sofisticadas. Entretanto, as limitações de tais abordagens residem no fato de focalizarem somente os aspectos negativos de apenas uma parte de todo o espectro de riscos a que as organizações estão expostas, não levando geralmente em conta também os aspectos positivos dos riscos, traduzidos em termos de ganhos e oportunidades de benefícios potenciais. Apesar dessa dispersão do conceito de Gestão de Riscos, multiplica-se o número de organizações que estão adotando os processos de GR, principalmente, para a condução de Análises de Riscos de Projetos, incluindo aí projetos de novas unidades, modificações/otimizações de processos, ampliações de instalações, aquisições de novas tecnologias e equipamentos etc. Os estudos de riscos de que temos participado, englobando desde riscos "estratégicos" até riscos tecnológicos - e respectivas oportunidades de benefícios, têm se caracterizado pelo aumento significativo da aplicação da abordagem que denominamos "joint-group", a qual eu e o meu parceiro de longa data, engº Mario Luiz Fantazzini, propusemos em 1990 como alternativa mais eficaz aos estudos de riscos e de confiabilidade desenvolvidos de forma "fechada" ou "solitária". Em essência, os passos metodológicos da abordagem "joint-group" para um estudo de riscos são:
O leitor já deve ter concluído que o grupo de trabalho foi formado por pessoal multidiciplinar da empresa e pela nossa equipe de especialistas. Além do trabalho conjunto em todas as etapas mencionadas, os dois subgrupos terão tarefas específicas. Observe-se que há uma troca efetiva de conhecimentos e experiências entre ambos. Os primeiros conhecem bem o projeto/sistema, e os segundos, as técnicas e suas metodologias. Essa interação acelera o processo e queima etapas. Das tarefas específicas do grupo consultor, é evidentemente a mais importante conferir aspecto conclusivo ao estudo, a partir do processamento quantitativo dos dados e informações, e pela elaboração do relatório final, que é então discutido no "grupo plenário". O quadro a seguir sumariza e reforça os aspectos positivos de nossa abordagem.
Aos leitores interessados em obter uma cópia do artigo original em que propusemos a abordagem "joint-group", publicado na revista "Gerência de Riscos", número 16, edição de janeiro/fevereiro de 1990, solicitamos nos enviar um e-mail (para qsp@qsp.org.br), que teremos o maior prazer em atendê-los.
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